"Somos protagonistas e coadjuvantes ao longo da vida."

Prefira o conforto ao invés da intensidade de um sentimento duvidoso. Se algo não está confortável é porque não serve e até servir pode ser que machuque bastante... Ao menos que queira sofrer, não se entregue ao extremo do sentir! São picos muito altos e tanto a queda quanto a subida deixam marcas profundas...
Carta para Rafaela
21/09/2025
Querida Rafa,
Tenho buscado a vida como nunca antes. Saio de casa sempre que posso e compartilho meus instantes — de mim para o futuro eu — com pessoas de alma boa e coração gentil. Reencontrei amigos antigos, fiz novas amizades, vivi amores... Ah, Rafa, a vida tem sido generosa comigo! Como eu queria que ela roubasse metade dessa felicidade e a transformasse em saúde para você, apenas para que pudéssemos sentar, tomar um café e rir de tudo isso.
Tenho pensado muito: como pode essa mesma vida ser tão cruel com quem realmente merece o melhor dela? Você não merecia estar passando por isso. Não merecia perder sua juventude para uma doença que a tantos outros poderia acometer.
Confesso que adiei minha ida ao hospital. No fundo, seria para preservar minhas últimas lembranças suas em forma de risos, festas e abraços — muitos, quando ainda compartilhávamos a mesma profissão. Não queria que fossem de dor. Imaturidade minha, eu sei. Me perdoe.
Minha tia sempre disse que eu era insensível. Eu discordava, mas refletia. Hoje, percebo que não, pois já na quinta linha desse texto as lágrimas rolaram em meu rosto. Não consigo aceitar: é injusto o que está acontecendo com você, Rafa. Muito injusto.
Lembro-me de quando você me acolheu — você e sua família — nos dias em que eu não tinha como voltar para casa pós-expediente. Você se responsabilizou pelo meu retorno, dia após dia, como se fosse meu anjo da guarda. Era como sair da escola ao lado da melhor amiga: voltava cansado, mas sempre sorrindo, sempre com tempo para conversar — eu demais, você a ouvir. Com você e os amigos do trabalho, eu estava em família.
Seu jeito sério e responsável sempre se destacou. Você não passava a mão em minha cabeça diante dos erros, mas estava pronta para me abraçar, física e virtualmente, nos meus momentos de maior delírio. Você foi meu porto seguro. Arrependo-me das vezes em que recusei convites para ir à sua casa. Poderia ter sido um amigo melhor, assim teríamos ainda mais memórias juntos.
O que me conforta é saber que você deixou marcas profundas no coração de todos que tiveram a sorte de te conhecer e, mesmo doente, continuou sendo uma amiga presente. O que me entristece é saber que guardou tanto da sua dor só para si. Sei que cada um enfrenta a batalha à sua maneira, mas você não precisava carregar esse fardo sozinha.
Oro por você em silêncio, Rafa. Em minhas memórias, caminhadas e textos, peço a Deus por mais um milagre. Por mais uma faísca de vida, apenas para que você aproveite um pouco do que não pôde. Mas, se os planos Dele forem outros, que ao menos nos permitam uma despedida lúcida — e não inconsciente, como está sendo. Você é um ser de luz*: consciente de si, dos seus limites e da sua força, sempre soubera se colocar no mundo.
Mesmo fragilizada no hospital, você ainda irradia. Ensina-nos duas lições: que o amor divino conforta e que a presença é mais valiosa do que qualquer mensagem de saudade no WhatsApp. Você ainda nos mostra que a vida pode despedaçar a qualquer instante... Talvez essa seja a mensagem que você veio nos trazer: viver sem medo.
Brilhe até o último momento, Rafa. Eu estarei daqui, lutando por você, pedindo por mais tempo e vivendo por nós o que a doença tentou te roubar. Seu cérebro pode estar tomado pelo câncer, mas confio que o divino ainda há de cuidar para que não sofras tanto.
Te amo. Espero ter deixado em você ao menos resquícios daquilo que mais importa: o tempo de qualidade.
Do seu amigo, sensível, intenso e louco,
Wesley Nascimento
*Defino "ser de luz" como aquele naturalmente expansivo, que ilumina a sociedade através de fótons, atravessando galáxias para contar sua história.
AGOSTO
05/09/2025
Quanto tempo se passou?
Quase 3 semanas desde que te vi sob a luz dos holofotes.
Expressões diversas, trejeitos, falas...
Quanto tempo se passou?
-
Olhava-te tímido do fundo da plateia e pensava...
Como chegar até ele e DIZER?
Não ia ter oração que chegasse aos pés do texto recitado a minha frente
Ah, meu caro...
Meus olhos falavam e te consumiam enquanto minha mente pensava...
Como chegar até ele e DIZER?
-
Não houve ensaio, apenas coragem
Aproximei-me e falei o que veio na cabeça
Por sorte, os planos eram os mesmos e se encontraram bem perto de onde estávamos
-
Quanto tempo se passou?
-
Pra mim parece ontem!
Do palco para a mesa
Da mesa para um bar
Depois para o hotel, cama, suíte
Passou-se quanto tempo!?
-
Tempo suficiente para esquecermos do relógio e gastar um pouco mais na per noite do motel
Tornou-se memória boa
Daquelas que você para, ri de canto e torce para que um dia se repita.
Num sábado
Num domingo
Num dia qualquer ou até mesmo em sonho...
Passou-se muito tempo?
Tentando novamente...
Ontem foi um dia difícil. Expliquei a todos o que estava acontecendo, mas ninguém me entendia. Quando tentava falar, me seguravam ou achavam que eu estava possuído. Tentei colocar tudo pra fora, mas ainda não tinha coragem nem forças para dizer mais do que uma única palavra. Aos poucos, cada pessoa foi saindo pela minha boca. Mesmo com todo o caos, consegui chegar a Sobral.
Foi um dia de abstinência! A "Mãe Natureza" e minha mente tentavam, a todo custo, explicar o que acontecia, mas era impossível com tanta gente ao meu redor. Tentei soltar cada parafuso da minha mente, mas ninguém me entendia. Na verdade, só eu me entendo, e minha mãe ainda está viva para cuidar de mim. Por isso, vou deixar de lado o egoísmo e ficar aqui por um tempo. Até meus pés recuperarem a pele, as flores voltarem a nascer, a chuva cair do céu e eu sentir a natureza presente. Desintoxiquei minha mente a cada pessoa que passava pela minha boca...
Na ida a Sobral, todos os problemas foram embora, mas na volta, entraram em mim novamente.
São 7:39, e o dia amanheceu nublado. É um tempo ótimo para fazer exercícios. Vou tentar treinar, mesmo estando fraco. Ao ar livre? Sim! Não posso desistir de mim e de quem eu sou. Já me alimentei hoje. Queria me tocar como antes, mas não faria sentido agora.
Nesse exato momento, minha mãe apareceu. Entendi que eu precisava de afeto. Tomei o remédio e estou aqui. Já desabafei enquanto tinha voz; agora, escrevo. É melhor para mim, pois ninguém quer saber o que eu vivi, e ninguém merece passar pelo que eu passei. Por isso, vou ficar quieto.
Não preciso me jogar nos ilícitos. Se o calor chegar, vou me despindo. Abstinência... Desintoxicar de Sobral é difícil, já que lá eu tinha tudo o que gostava de fazer. Meus pés podem até aguentar a ida, mas a volta não será possível.
Crônica
14/11/2024
Essa foi uma semana difícil. Cuidar de si tem sido desafiador pois estão aparecendo sintomas jamais sentidos antes: azia constante, dor no estômago, sensação de sufoco, cansaço, gosto de sangue na boca... Talvez seja porque estou a 4 dias sem dormir direito, não sei. Quando acreditava em Deus era mais fácil, porém meu antigo chefe disse, durante o treinamento, que nossa alma tinha sido vendida para o diabo e meio que foi isso que aconteceu. Voltei para casa não mais acreditando em Deus e sim na existência de algo maior que nos prende assim como Zygmunt Bauman cita em seu livro. Passei 3 anos e 10 meses vendendo minha alma e quando achei que iria começar a comprar roupas novas fui convidado a me retirar. Talvez tenha sido esse algo maior que me demitiu, ou eu mesmo quem conseguiu essa demissão, não sei. Estava fazendo por onde, isso é fato, mas não desisti em nenhum momento. Arquei com o compromisso e de fato vesti a camisa da empresa, porém "Deus" sabe o que faz.
Voltei para casa
Esse vai e vem me deixa extremamente cansado. Pelo menos agora não estou mais vendo a vó como inimiga; nem minha mãe. Espero que eu tenha logo uma outra oportunidade de trabalho em Sobral. Amo essa cidade!
Estou queimado do sol... segundo a vó: preto. Só que meu pai é negro e nem sei onde ele anda. Minha mãe é uma mulher forte. Levanta todo dia as 5 e mesmo assim acorda feliz.
Lembrei do Pedro hoje... Acho que para ele está sendo difícil também, assim como para o Leo, mas infelizmente não tive oportunidade de conversar com ele pois ele estava atarefado demais para ter "a conversa". Eu não consigo pensar direito tomando antidepressivo. Meu cérebro não funciona e não posso gastar dinheiro agora com psicóloga. Meio que virei o banco da família e tenho uma reserva guardada sempre que me pedem. Tento cuidar de mim mas não dá sabendo que minha tia passa fome de vez em quando e está no mesmo estado psicológico que eu, ou pior!
Ela tem medo até de sair de casa...
Minha mãe vende pães todos os dias para conseguir se manter. Não posso gastar meu dinheiro comigo... não mesmo. Sei que não vou salvar minha família mas só minha chegada fez com que eles tivessem alguma esperança.
Minha função agora é ser o homem da casa! Logo eu, com uma alma feminina e que aprendi a ser masculino na marra morando sozinho. O foda de estar a quase dois meses aqui é que estou esquecendo aos poucos o que eu vivi. Queria tentar fazer algo. Parece loucura reclamar tanto do meu antigo emprego mesmo sabendo que ele me manteve bom tempo em Sobral comigo mesmo. Tentei processo seletivo na Grendene mas quando fui entrevistado pela psicóloga ela me mandou fazer terapia. Eu achei sacanagem pois ela decidia se eu entrava ou não. Estou mais uma vez preso. Preso no tédio de possuir o tempo que sempre quis, e agora não sei o que fazer. A depressão agora está mais forte do que em 2020, quando eu estava sozinho em Sobral. Aos poucos estou me descuidando. Meus pés queimados do sol, emagrecendo rápido e fétido. Não tenho mais nem tanto ânimo para academia, acredita? Enfim...
Um dia de cada vez.
Sinto muita saudade das pessoas mas está sendo difícil sair de casa e até mesmo conversar sabendo que sou um fracasso.
Um dia de cada vez.
Vou tentar tomar banho agora. Acredito que o amor pode me salvar, mas quem amaria um depressivo sem vida?
Dona Liana pediu que eu dobrasse as orações, vi ela esses dias quando fui para a casa de minha tia pós a aula... Casa! Se eu tivesse só esperado a angústia passar talvez não tivesse perdido tudo do pouco que construí ao longo de 4 anos.
Cenário
O passado se torna presente a medida que você permite que ele apareça.
Cenário onde tudo aconteceu:
- Mudança repentina pós informação sobre a visita do INSS em Fevereiro de 2024. Ela simplesmente me avisou em cima da hora e eu obedeci pois a casa não era minha. Nesse período estava endividado com cartão de crédito pois a ajudei no sustento de casa.
- Pensando em ter onde morar para trabalhar, mudei-me para a casa dos meninos pois antes de sair da minha tia eles já tinham me convidado.
- Período de adaptação difícil pois era um bairro novo, uma casa nova, longe da faculdade e longe do trabalho. Não tinha como comprar transporte no momento em que tudo ocorreu.
- Início do semestre da faculdade e paralisação por conta da greve
- Insatisfação com o trabalho e sensação de estar perdendo vida social trabalhando a noite enquanto não tinha aulas da faculdade. Comuniquei isso afim de conseguir pelo menos vida social as quartas e sábados, mas não fui atendido.
- Retorno presencial pós decisão de aulas remotas na greve já com uma prova de metálicas e outra de estática II, duas disciplinas muito difíceis.
- Modo sobrevivência: sem lazer, lidando apenas com a faculdade, academia e trabalho, treinando longe, se alimentando pouco e gastando muita energia.
- Eleições para prefeito e vereador: meu quarto tinha janela para a rua, portanto, era submetido a barulho constante.
- Casa no Campo dos velhos
- Dívida de cartão
- Demissão
- Fim de semestre da faculdade
- Fraqueza física e psicológica
- Sensação de morte
- Ansiedade
- Coração acelerado
- Medo da solidão
- Medo de ficar sem dinheiro
- Medo do futuro
- Generalização
- Medo
Tentar mudar de casa era loucura (mesmo fora de si, ainda conseguia perceber isso). Voltar para Jaibaras era difícil pois apesar de não ter nada material, construí 3 anos de vida em Sobral. Tive medo de ficar depressivo sozinho...
Tentei fazer algo. Tentei!!!
Qual a probabilidade de todo esse cenário ocorrer novamente ?
O que você realmente quer fazer?
O que pode dar errado?
Você vai perder o que durante o dia?
A noite ainda é seu horário de estudo então você terá apenas que se acostumar com uma nova rotina.
Prazer, sou um escritor desempregado
Estar mais acelerado que o normal é estranho. Sinto a todo momento que preciso fazer algo, e isso é perturbador. O trabalho em si era muito bom pois tinha meus privilégios, todavia me faltava algo. Faltava-me sempre alguma coisa e não sabia dizer. Tinha uma vida boa em Sobral mas estava numa correria sem fim. De que adiantava toda a liberdade se eu não conseguia fazer nada com ela?
A parte boa é que eu não me comparava com as pessoas de lá.
Agora meu cérebro se compara com todo vivente que aparece. Fica me chamando de desempregado e de pobre e pasmem: eu sou. Aceitei a realidade muito fácil, eu confesso, mas foi num momento de desespero. Num momento onde não tinha mais renda e estava fraco. Meu cérebro simplesmente quis me trazer de volta para casa pois era o mais seguro. Seguir em frente me deixava ansioso. Ficar onde estava seria desconfortável. Voltar atrás seria tranquilo.
Chegar em casa pós pandemia e perceber que nada mudou me deixou assustado. Simplesmente eu não conseguia enxergar nada além de traumas.
Último escrito no trabalho
27/08/2024
Escrevo porque gosto, não porque preciso. As vezes preciso (escape) mas para isso tenho que viver a intensidade de alguma emoção. Ultimamente, minha vida está preenchida com afazeres chatos demais para virar texto. Viver ficou chato pois nada me é interessante. Preciso da incerteza ou de uma boa manhã de descanso.
Quero muito estudar mas não tenho tempo: demoro a focar no que preciso. Se vou entregar algo podre, não gosto de fazer. Se paro para fazer esse podre, não posso treinar. Se acelero demais treinando, não consigo descansar. Se não descanso, não estudo.
Preciso:
- Treinar → Estudar → Trabalhar
Quero:
- Cuidar de mim → Viver → Descansar
Como vou fazer isso?
15/09/2024
Domingo a noite me vem a sensação de cansaço. Cansaço e tédio da vida que tenho e das barreiras que ponho sobre o viver. Me obrigo a dormir para evitar o mundo, sem motivo.
Hoje não aprendi nada, apenas aproveitei a companhia de outras pessoas sem pensar. Estou ficando mais confortável com o mundo a cada dia que passa e isso é bom. Recupero aos poucos minhas habilidades sociais e tenho certeza que conseguirei chegar "mais lá".
Meia semana (quarta feira - 28/08/2024)
Sinto saudade de um abraço carinhoso. Tempo gasto amando outro corpo a medida que o entorno se vai. Sinto saudade de um beijo intenso nas noites de segunda ou nas manhãs de um domingo que nunca existiu. Careço de primeiras vezes pois a experiência limitou a novidade. Estudar o novo não quero a menos que meu local de estudo seja sem paredes . Viver tem sido chato pois não há afeto ou motivação.
Como sair da chatice se o que quero não posso fazer? Não vem até mim, já esperei. Sempre tenho que buscar. Sou tão alcançável assim ou apenas estranho? Serei protagonista em breve, quem sabe enxerguem minha beleza...
Em resumo: dinheiro não me sufoca, a chatice me sufoca.
Lembrei aleatoriamente do meu último eu te amo: que tolo! Foi para alguém que só queria meu corpo.
Quase o via como inimigo
Hoje vejo uma pessoa cansada de pensar no que não quer, transferindo o cérebro para as mãos e transmitindo para nós traumas de situações vividas no passado. Desumano!
A princípio, pensei isso. Na verdade, é só mais uma pessoa incompreendida. Funciono da mesma forma, portanto, sei o que falo e foi difícil chegar a este raciocínio.
Aprendizados pós surto
O mais valioso na vida é o tempo, não o dinheiro. Já tinha chegado a esta conclusão antes!
O descanso também é importante pois sem ele você pode se tornar mal inconscientemente. Pessoas más, além de cansadas, estão apenas tomando decisões com sentido para si sem pensar no outro. Não aprenderam o que era melhor ou o que a sociedade aceita como bom. Podem também estar com preguiça de pensar ou com a vida chata demais, sobrando então coragem para viver o incorreto!
Quando não tiver tempo e souber quem pode te ajudar, é melhor desistir do fazer e descansar para assim não desistir do tempo que foi gasto até chegar no agora.
Para isso, é preciso confiar nos outros e desistir do ideal a tua óptica. Esse é um ato de rebeldia consigo e justiça para com o outro! Fiz isso no ensino médio e hoje faço novamente. Fazer junto é mais fácil quando não se pode fazer só.
Ideal
Só há sentido na vida se houver ideal para vivê-la.
Procurar ideal no físico é conviver com seu fim junto ao fim da matéria que o porta, já procurá-lo no metafísico é garantir sua existência pela longevidade. É mais fácil para todos buscar motivação no físico e ideal no metafísico, assim não há espaço para o próprio fim.
Conservação
"Conhece-te a ti mesmo" Sócrates
Conhece-te a ti para lembrar ao outro que ele não pode ser você. Reforce teu potencial e oportunidades tidas ao longo da vida para assim o outro perceber que não precisa estar ali ou não precisa estar tão perto de ti. Lembra-te da tua humanidade ao se preocupar com os iguais ti... Segundo tu, somos todos pobres!
Observo camadas diferentes de pobreza.
Somos todos pobres diante do que tu considera como riqueza. O que é riqueza para você?
Acredito que seja o prático e a presença de acúmulo, considerado pela maioria como força vital.
Você vence enquanto não pensa muito além de si, apesar de pregar que pensa.
Tua vida é sólida pois teu ideal tem valor no capitalismo: a lógica parametrizada atende demandas empresariais, logo, há retorno financeiro.
Caímos então no cenário descrito pelo Manifesto.
O que não se torna dinheiro, pode se tornar o que? Esquecimento? Pautas desnecessárias?
Humanidades são perdidas ao passo que experiência de mercado toma conta do cenário acadêmico.
Conhecimento + prática = lucro
As ciências naturais partem da observação filosófica da natureza! Quando que a filosofia foi esquecida?
Descrevo aqui a revolta diante de um saber inovador igualmente antiquado quando comparado ao saber atual e tecnológico. Seu saber defende o passado pois você tem apreço por ele. Conservação do que se sabe, enquanto o saber não se perde.
Discordando de mim mesmo: será que o teu conhecimento realmente se perdeu ou só deixou de ser importante?
Seria a engenharia antiquada demais para desenvolver humanidade no cenário tecnológico atual?
Construir
Quando:
O fazer toma conta da forma;
A forma é destruída pelo prazo,
O prazo suprime a técnica,
O fim perde qualidade,
O fazer perde qualidade,
A forma perde beleza,
A forma consome mais matéria e é moldada com desleixo.
Construo apenas a entrega!
Quando:
O tempo permite a técnica;
A técnica molda a forma,
A forma tem um fim,
O fim tem qualidade.
A forma tem beleza, economia e zelo...
Construo!
Poder e comportamento
É perigoso deixar ociosa uma mente afeiçoada por poder pois na ausência de tarefas ela vai decidir a favor de si. Mais perigoso ainda é deixar que ela domine em tempos de crise.
As melhores pessoas para o poder são as que não buscam conquistá-lo: elas merecem recebê-lo por quem são. Geralmente não decidem por si e abrem espaço para o diálogo. Precisam ser alheias ao acúmulo mesmo tendo oportunidade para isso. Seus ideais não estão relacionados ao manter-se no poder e preferem perdê-lo do que perder a si mesmo. Sabem quem são e a partir do momento que a sociedade lhes mostra incoerência se sentem mal. Abdicam do poder.
Maior parte de nós odeia tiranos quando os descobre mas não enxerga potencial em si para combatê-los ou prefere não enxergar para assim ter tempo de observar o outro igual a si. Todos fogem de problemas maiores por orgulho: não consigo resolver, logo não vou tentar sabendo do fracasso.
Esquecemos que o processo ensina quando saímos do pedestal. Preferimos apontar diferenças no outro; igual a si quando visto por um terceiro que objetiva dominação. Ambos (o que aponta e o que é apontado) são apenas "massa de manobra".
Tempo de qualidade
As pessoas estão atarefadas demais para perceber que buscar vitória no capitalismo é adiantar a morte com trabalho.
A noção de tempo se perde enquanto trabalhamos fazendo as semanas passarem cada vez mais rápido. A expectativa de vida, mesmo maior, levou consigo o tempo de qualidade: vivemos mais em número, mas em vida nem tanto. No fim das contas, o aumento do tempo de vida nunca existiu pois o excedente carece do ser e é preenchido com trabalho ou escape.
A única certeza no capitalismo é a ausência do tempo de qualidade!
O dinheiro não vale tanto... O que vale mesmo é o tempo. Tempo não é dinheiro, tempo é oportunidade!
O mais doloroso é sentir a oportunidade escoando pelas mãos quando largamos a tela numa folga
e vivemos a realidade... É imensa a solidão que nos cerca!
Nesses dias de solidão profunda, o ter não serve de nada.
Na sociedade da tecnologia, tempo de qualidade é moeda de troca.
Ser esperto é perceber pessoas na situação do ter, dar a elas tempo de qualidade e deixar a vida acontecer. Tempo de qualidade nunca foi ruim para ninguém, portanto, você será bom e ainda terá benefícios materiais. Invista tempo nas pessoas, viva simples e viva o tempo restante.
Construa uma rede de apoio. Se você é para ela o abraço nos momentos tristes você sempre vai ter para onde ir quando sua companhia não for suficiente. Além disso, você vai ter significado enquanto houver solidão no mundo. Para essa oportunidade, o maior alívio é perceber que a solidão não acaba.
Momento
Na física e na engenharia, o conceito de "momento" está intimamente ligado à luta por integridade.
O objeto, quando submetido a esforços, luta bravamente para permanecer no seu estado: parado ou em movimento.
A natureza faz isso porque foi gasta muita energia até chegar a forma apresentada. Essa forma, segundo ela, é a mais estável para determinada situação e o natural não quer sair dali...
O que eu percebo também é que quanto mais juntas as partículas do objeto maior será, em número, sua luta por integridade.
Deveríamos nos unir dessa forma...
Manifesto
Uma vez me disseram que universidade muda vidas!
No contexto da informação eu precisava de recursos, portanto, associei o potencial de mudança ao ingresso no mercado de trabalho e, consequentemente, ao retorno financeiro advindo dele.
De fato a universidade muda vidas, mas ela não tem um fim no mercado de trabalho. Ela tem um fim em si mesmo!
Isso significa dizer que a universidade deve visar o saber, não o dinheiro.
Tive o privilégio de compreender isso antes de finalizar a graduação pois comecei a caminhar sozinho na selva do capitalismo. Percebi que meu eu não tem importância...
Aceitar a realidade é entender que minha existência é limitada apenas de recursos, não de conhecimento.
O saber é livre e precisa transitar na sociedade para que ela também seja.
O capitalismo não enxerga o saber dessa forma.
A universidade tem base teórica para generalização. Na lógica de produção, generalizar é sinônimo de lucro. Quando o lucro se torna o único atrativo para os alunos, a universidade perde seu significado.
Não podemos deixar a lógica de produção invadir o espaço acadêmico. Ele pode ter fim lucrativo mas antes precisa ser espaço do saber. Deixar portas abertas para o lucro é criar uma legião de perdidos.
Senhorita Bira me ensinou algo em seus vídeos recentes* : Já perdemos!
Com a certeza de que não vamos vencer, lutemos para preservar ao menos o nosso pensar.
Fazer isso num mundo tecnológico é difícil pois o virtual cria realidades confortáveis demais para si. A sociedade está fragmentada em vidas virtuais cada vez mais solitárias...
Enquanto o virtual ganha realidades subjetivas, a realidade única vai acontecendo nas mãos dos poucos que a recordam. Se cada vez menos lembramos de sua existência, mais fácil ela poderá pertencer a poucos.
Usemos a tecnologia apenas como ferramenta e vivamos a realidade enquanto ela ainda existe!
Nós temos liberdade para isso.
*publico esse texto no dia 12/07/2024 - ver vídeos com data de publicação próximas desta
Luz
Seres de luz são naturalmente expansivos. Iluminam a sociedade através de fótons que atravessam galáxias para contar história a partir de si; a astronomia está aí para nos mostrar isso!
A medida que o tempo passa, percebo que sou um desses seres!
Círculo
Virei a página de relações lindas e agora sofro a perda de algo que nunca escolhi ter. Com isso, permaneci no mesmo capítulo de antes: temendo a solidão, a ausência de colo e a ausência de intimidade.
No meio de duas relações, doei-me de forma louca ao passo que mascarei a irresponsabilidade de minhas ações em palavras. Não fui sincero. Querendo do outro a anulação de si para se moldar ao meu viver incomum acabei sendo completamente contraditório. Sorte do outro ter recebido a realidade enquanto eu vivia a companhia libertina de meu ser. Sorte do outro eu ter lucidez para mandá-lo embora enquanto nadava no ócio dos meus conflitos. Sorte do outro eu ter responsabilidade nata mesmo comportando-me contrário a ela...
A realidade é que tratei as relações como cabo de guerra e soltei a corda por medo de existir um vencedor. A corda se manteria firme até que um de nós percebesse a exaustão e decidisse se render.
Tratei as relações como competição, colocando na balança realidades sem peso.
Pensei demais sobre o gostar do outro, me privando de senti-lo verdadeiramente.
Fui impaciente!
Ser alheio a si
Dar satisfação em busca de resposta para conflitos internos é alimentar a expectativa do outro em cima dos seus comportamentos. Este espera de ti uma atitude coerente para ele.
Nesse caso, acatar a resolução externa é lidar com consequências alheias a si e se tornar dependente do repertório de outra(s) pessoa(s).
Quando entendemos que o julgar do outro não funciona para nós, estamos de fato vivendo a autenticidade do nosso próprio ser.
O mais coerente é compartilhar conflitos na intenção de se chegar a uma conclusão própria. Assim, a resolução não será do outro, apesar de ter contribuição dele.
Dar satisfação sobre a vida é prestar contas sem valor definido.
Relações
As pessoas não são cacareco*.
As pessoas são pessoas no momento em que estão conosco presencialmente.
São aquilo que o acaso destinou e só ficam se ambos tiverem disposição.
Sem vontade das duas partes, a relação fica no passado e se torna lembrança: hoje somos o que um dia pudemos ser enquanto presente.
A tendência atual é criar um estoque na esperança do encontro futuro. Tal comportamento é comum pois o celular cria a ilusão de possibilidade: posso te ter em algum momento, mas não hoje. Manter essa relação é bom quando não se pode estar junto, agora, quando se pode estar junto e falta disposição convivemos com a expectativa.
Isso é a migalha que o outro reservou para você!
Se a pessoa quer fazer parte, o encontro dá certo de forma simples!
Como algo que aconteceu naturalmente exige tanto esforço no futuro?
Se tiver muito empecilho, falta disposição.
Se for você o disponível, o outro já se foi. Não acredite no que ele diz enquanto as atitudes mostrarem o contrário.
*algo que você pode precisar um dia e por isso, guarda em alguma parte da casa
Morbidez
Cabeça friamente medida,
Posta no prato de outrem e consumida de dentro para fora,
Do cérebro, não restou neurônio,
Da face, nenhum músculo,
Consumida devagar, mas com pressa para ser digerida,
Pressa para ser absorvida pelo organismo,
O que se esperava desse banquete era vida,
Mas dessa morte veio apenas calafrio,
Feridas pós ingestão, infecção,
Vômito e mais vômito
Vazio da fome
Dor
[...]
O estômago rejeita aquilo que é semelhante,
Não o mesmo tecido e sim a mesma espécie
Na tentativa canibal,
O indivíduo foi consumido pela morte.
Solidão
A solidão me abraçou todos esses anos. Tentei me livrar desse abraço, contudo, a falta de ar me deixou confuso, perdido e louco...
Busquei na rua algo ou alguém capaz de me trazer ar novamente.
Não consegui
Migrei para as redes, porém, nada era tão duradouro a ponto de mandá-la embora.
Comecei a conversar com ela.
Todo esse tempo agarrada a mim, disse-me que não me percebia preparado para o mundo.
Cuidava do meu corpo físico sempre que eu saía de casa.
Quando sentia que a rua não contribuía mais em nada, levava-me de volta.
Fazia-me dormir
Ao longo da vida me trouxe companhias efêmeras, assim não percebia seu abraço ainda presente.
Começou a me amar de forma possessiva. Sentia ciúmes de quem desejava apenas minha parte rasa pois me mostrou que eu não sou raso...
Sou um mar, um oceano!
Aos poucos, fez-me enxergar que o pouco do outro não me serve.
Ele pode até molhar as canelas e começar o nado, mas como o mar de verdade, também tenho dias de ressaca.
Minha ressaca afogou algumas pessoas, e após cada morte, os braços da solidão foram se tornando aconchego.
Todos esses anos sendo minha própria companhia, ficou difícil permitir a chegada de alguém
Não gosto de receber visitas.
Minha casa não tem mais espaço para esconder bagunça.
Não estou afim de gastar tempo arrumando-a sem a certeza de que o outro se tornará perene.
TRÍPTICO
Insanidade
Minha mente voltou para o estado de loucura
Estou estressado sem nem ter motivo
Escolhas?
Talvez, mas o que afirma o contrário é a impossibilidade de fazê-lo...
...Alívio
Minha mente sossega pois o universo e seus parceiros de tempo me deram um descanso.
Lembro-me dos afazeres de casa sem preocupação
Ainda há tempo
Tempo para rir e para se ocupar
Tempo...
...Tempo
O maior presente ganho é uma situação onde não se enfrenta esse adversário.
O tempo pressiona a mente e os ombros.
Quando está presentemente ativo, machuca
Quando passa de forma amigável, acalma e vira memória.
O que seria presentemente ativo?
Em horário de trabalho
Passando e levando todos consigo.
Tem prazo, fim próximo e horário definido: às 19:15, às 20:55, às 22:25, às 00:00...
Ao passar de forma amigável ele também pode ter prazo, mas não insiste em avisar que está indo.
Ele não avisa...
O que torna o fim próximo é a lembrança de que ele existe sem muita rigidez: daqui a pouco, já já, em breve...
Quarto sem saída
A paixão faz com que eu me prenda a uma ilusão. Me leva até um quarto fechado onde há uma única imagem pela qual me apaixonei e outras pelas quais tenho apreço. A saída é a descrição desta única imagem, porém na paixão não a vejo como ela é.
Vejo uma criação distorcida do real que me prende tempo suficiente para que eu esqueça quem sou, o que eu quero e onde posso ir.
O segredo para a fuga seria parar de olhar por um tempo... Fechar os olhos e esperar a criação diluir-se por si só, sem esforço, apenas esquecimento. Assim o cérebro entenderia o que está a sua frente e livraria meu ser de mágoas futuras.
Isso ou me mostraria que a imagem não era criação e sim um desejo genuíno de permanecer enclausurado.
Não sei quanto tempo...
03/05/2024
Muito mudou desde meu último escrito. Não sou mais o mesmo por dentro e por fora e nem estou no mesmo lugar de antes. Saí da casa de minha tia em fevereiro e atualmente moro com dois amigos meus. Entrei na academia em 2022 e meu corpo não é mais um problema.
Mudou muito do que eu era menos a intensidade dos meus sentimentos. Desde fevereiro já me apaixonei 4 vezes. Duas dessas paixões estão vivas até hoje e pra ser sincero eu acho que aprendi uma coisa nesse período: não gosto de estar apaixonado. Apaixonar-se é sofrer por algo que eu mesmo criei e que acabou tomando conta de mim sem que eu percebesse. Na paixão sou tanta entrega que sufoco, quero tanto que acabo não vendo a ausência do outro: não me querem da mesma forma que imaginei. Li um pouco sobre o que Ana Suy fala a respeito da paixão:
"A fantasia que a paixão encarna é essa realização de encontrar
nossa casa. No apaixonamento, a casa de um é o corpo do outro. Dois flertam
com o fazer 1. Mas quando duas pessoas se tornam uma só é porque alguém
deixou de existir. Daí o perigo da paixão, traduzido com frequência em ditos
como "me perdi de mim"...
É esse o principal motivo pelo qual temo esse estado: nessa entrega sempre meu eu quem se vai.
Meu eu quem se perde.
E nessa perca de mim vivo o vazio que abri para a outra pessoa quando ela nem mesmo pediu. Ela foi ausência antes mesmo de ver o lugar que eu separei pra ela em minha vida. Isso é irracional demais. Como alguém desiste de si tão fácil para que um estranho tome espaço e dirija o que antes já tinha direção? E pior, isso ocorre sem que o estranho peça. É como você dar bom dia para alguém na rua e essa pessoa não responder. Seu ego fica ferido porque, poxa, como pode alguém fazer isso comigo? Mas aí é que tá, foi você quem idealizou a resposta.
Seguido dessa reflexão, Ana fala que o amor pode surgir quando a realidade entra de forma mansa e delicada na paixão.
Em resumo, entendi que o amor exige paciência e a paixão não é eterna. Ela passa e a realidade surge. Agora, porque nenhuma dessas 4 paixões virou amor? Porque nas duas únicas em que o outro se mostrava disposto, a realidade chegou para mim de forma violenta e eu perdi o interesse. Já nas paixões que ficaram para mim, quem perdeu o interesse foi o outro.
No fim de tudo, me prendi a pessoas que não queriam um final feliz comigo. Como resolvi isso? Desacreditando do final feliz. Se não tenho onde chegar então porque parar? Porque parar de gostar?
Foi com esse pensamento que me mutilei no passado e ainda vou me mutilar muito até ser correspondido.
É preciso ansiedade
A ausência de medo me levou ao contágio. Vírus? Narcolepsia! Não ter medo do fracasso me fez relaxar comigo e hoje a ferramenta capaz de me fazer descansar não funciona. O sono se transformou em sonho e no sonho não paro. Continuo a viver de forma profunda em experiências lúcidas.
Breath...
Meu maior desejo é sair no mundo para viver a sujeira. Ilícitos, álcool, sexo, companhias duvidosas... Felizmente o apego emocional daqueles ao meu redor me impede de fazê-lo. Sinto-me privilegiado em ter ao meu lado quem se preocupe comigo. Isso me impede de acabar comigo mesmo.
Azul violeta
Caixas pretas bombardeiam meus olhos com luz azul violeta e sugam minha capacidade de ver bem. Minha células fotorreceptoras* estão cansadas de transformar luz artificial em impulsos fajutos que meu cérebro insiste em receber. Sinto falta da luz solar matutina. Na verdade necessito dela... Minha pupila ficaria imensamente grata em receber o sol novamente mesmo que refletido em objetos, até porque sua magnitude nos impede de fitá-lo diretamente. A luz vem de tão longe e eu não valorizo...
*Célula que compõe o nervo óptico e em conjunto com outras milhares transforma luz em impulsos elétricos que serão levados até o cérebro para serem interpretados. Devido sua forma, se subdividem em cones e bastonetes.
Implosão
Já não me toco como antes. Hoje acaricio a mim mesmo de forma automática pois não há prazer. Escuto Tim Maia as 3 da manhã e não sinto amor. Não sinto de forma profunda. Boca, carne, ou simplesmente a sensação de aconchego, de afeto mútuo... Não, não sinto!
Passei boa parte de minha vida sendo usado por outrem como objeto de prazer. Pessoas carentes de empatia e capazes de me difamar pelas costas. Chamavam-me de tudo, menos de amor. Não beijavam minha boca e muito menos me olhavam no olho durante ou após o sexo. Deste cenário podre surgiu minha má relação com o corpo masculino. Fodi comigo e com a magia da descoberta de mim e do meu corpo. Isso até você aparecer...
Contigo pude sentir afeto sincero. Você não sentia nenhuma aversão aos meus trejeitos, ou pelo menos não demonstrava sentir. Você foi o primeiro a quem beijei e o primeiro com o qual me envolvi emocionalmente, daí sua importância. Você foi o primeiro a me mostrar com ações que o sexo é fútil. Não desejei transar contigo pois a vontade de gastar mais do meu tempo em beijos lentos dominava meu ser. Também sabia que transar não me traria sensação diferente do que já senti no passado.
Então você se foi...
Tudo se foi por um instante e mesmo sabendo que poderíamos conversar novamente, resolvi seguir minha vida. Houveram muitos conflitos entre nós e por medo do acaso decidi me entregar ao mundo... Foi aí que cheguei onde estou, perdido em mim ou imerso em mim, um ser que hoje é tão intenso a ponto de implodir e afetar tudo aquilo que planejo sem ti. Apesar da destruição, te espero...
Na madrugada, esqueço dos risos e me aprofundo, nado na implosão e enxergo um possível reencontro.
To Deal
Bendito o tempo que passa*, porém cruéis os momentos que não passam junto com ele. Todavia, quando se aprende a lidar com a saudade, a infelicidade pós fim se torna momentânea assim como todos os outros sentimentos.
*ou não, já que seu comportamento é uma incógnita.
Incômodos e Fitos
Hoje é dia 14/09/2020. Meu corpo me incomoda. Não pelo formato no qual se encontra e sim pelo seu estado. Há muito cansaço e muita improdutividade acumulados desde março e se não começar a me preocupar agora, não terei outra oportunidade. Outro detalhe é que a ociosidade e a falta de pertencimento ou constância em alguma atividade me afastam da construção de meu legado. Se bem que legado pode fazer referência a algo de valor ou não, então, posso deixar heranças sem utilidade. No momento minha maior preocupação não está no que vou deixar ao partir e sim nos momentos que quero viver de forma disposta, pra isso preciso de meu corpo bem. Iniciei uma reeducação alimentar mais voltada para o lado da quantidade de alimento que consumo do que pra qualidade. Hoje funcionou! Fiz quatro refeições em quantidades suficientes e me encontro saciado. Todavia, preciso me exercitar.
Tentarei investir meu dinheiro numa academia depois que perceber uma pequena mudança nos meus maus hábitos. Até lá, tentarei me exercitar por conta própria.
Ah, também decidi me ausentar de algumas redes sociais (Insta, Twitter, Grindr, Tinder) até sexta-feira, dia 18/09. Espero ver mudanças positivas em meu psicológico a partir desta segunda decisão. Estou fora da realidade a ponto de não ajudar mais nas tarefas de casa e isso não é bom para o ambiente onde vivo. Se não houver melhora desse afastamento, tento outra estratégia.
No mais é isso. Nada poético, apenas acontecimentos e planos...
Estes são os escritos de hoje.